Nova descoberta no RS revela a face de um dos dinossauros mais antigos do mundo com crânio quase completo
18/12/2024
Pesquisa é da Universidade Federal de Santa Maria. Espécie Saturnalia tupiniquim tem crânio curto e afunilado, além de dentes em forma de punhal e serrilhas. Cerro da Alemoa, sítio paleontológico onde foram encontrados fósseis de dinossauros
🦕 Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) revelaram a verdadeira face do Saturnalia tupiniquim, um dos dinossauros mais antigos já conhecidos no mundo, com cerca de 230 milhões de anos, segundo estudo. A pesquisa, que envolveu fósseis escavados em 2018 no sítio fossilífero Cerro da Alemoa, em Santa Maria, atestou um crânio quase completo do animal. Veja imagens do local no vídeo acima.
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Os fósseis pertenciam a três indivíduos da espécie. Um deles, apelidado carinhosamente de "Gracinha" pelos pesquisadores, devido à sua morfologia delicada, preservou o crânio em excelente estado. Essa peça-chave trouxe detalhes inéditos sobre o Saturnalia tupiniquim, como:
crânio curto e afunilado;
dentes em forma de punhal e serrilhas.
As características indicam uma dieta carnívora.
Saturnalia tupiniquim, um dos dinossauros mais antigos do mundo
Divulgação/ Johnny "Mingau" Pauly Vieira
Apesar de pertencer à linhagem dos dinossauros gigantes, conhecidos pelo pescoço longo e pela dieta herbívora, o Saturnalia tupiniquim apresenta traços primitivos. Com aproximadamente 1,5 metro de comprimento, ele manteve o tamanho corporal reduzido e os hábitos carnívoros de seus ancestrais.
Saturnalia tupiniquim, um dos dinossauros mais antigos do mundo
Divulgação/ Rodrigo Temp Müller
Crânio de Saturnalia tupiniquim, um dos dinossauros mais antigos do mundo
Divulgação/ Rodrigo Temp Müller
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O estudo foi realizado por Lísie Damke durante seu Mestrado em Biodiversidade Animal na UFSM, sob a orientação do Dr. Rodrigo Temp Müller, do CAPPA/UFSM. A pesquisa também contou com a colaboração dos cientistas Dr. Max Cardoso Langer (USP) e Dr. Átila Augusto Stock Da-Rosa (UFSM).
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Fim de um debate de 25 anos
A análise detalhada do crânio também resolve uma discussão científica que se arrastava desde 1999, quando os primeiros ossos cranianos da espécie foram descritos. Na época, os pesquisadores sugeriram que o Saturnalia tupiniquim possuía um crânio pequeno em comparação a outros dinossauros da mesma época.
Em 2019, tomografias de materiais antigos deram mais suporte a essa ideia, mas faltava uma evidência definitiva.
Com o novo fóssil, os cientistas confirmaram que o Saturnalia realmente tinha um crânio pequeno, adaptado para movimentos rápidos que facilitavam a captura de presas. Esses dados oferecem novas pistas sobre como se deu a transição de pequenos carnívoros para os colossais herbívoros que surgiram milhões de anos depois.
A descoberta abre novas possibilidades para compreender a vida na Região Central do Rio Grande do Sul há mais de 200 milhões de anos.
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